Bahia vai retomar exportação de mamão do extremo sul para os Estados Unidos
A Bahia é o segundo exportador e o maior produtor de mamão do Brasil, com 11 mil 635 hectares de área colhida e mais de 683 mil toneladas da fruta, segundo dados de 2012 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Como as exportações de mamão produzido em municípios do extremo sul do estado serão retomadas ao mercado americano, a partir de setembro deste ano, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), fará a liberação para os EUA conforme as determinações da Instrução Normativa Nº 05, de 22 de janeiro de 2008.
Com o objetivo de ampliar as exportações para os países importadores, a exemplo dos Estados Unidos, a Bahia precisa atender às medidas de manejo de risco, que visam minimizar as ameaças fitossanitárias. Em razão disso, o produtor deve seguir um protocolo de requisitos que contempla a qualidade alimentar e a fitossanidade.
Uma das medidas que os fiscais da Adab irão adotar junto ao produtor é a inspeção da área de plantio para posterior liberação da exportação. O diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá, explica que nesta ação é observado o grau de maturação dos frutos, o índice de moscas-das-frutas, o controle de qualidade do monitoramento, entre outros aspectos.
“Os principais elos da cadeia produtiva precisam estar em harmonia para a concretização da exportação, que são basicamente produção, fitossanidade e mercado. O Governo da Bahia está trabalhando para superar as barreiras sanitárias do mercado internacional, monitorando a produção de plantio, passando por manejo, colheita e controle de pragas, como as viroses do mamoeiro e as moscas-das-frutas”, explicou Armando Sá.
Segundo o secretário da Agricultura, Jairo Carneiro, a fruticultura baiana apresenta ampla importância social, econômica e nutricional. “O ganho é para os produtores e pequenos agricultores familiares, por colocar o produto brasileiro de qualidade no mercado internacional, para o consumidor, que terá a garantia de frutas saudáveis em sua mesa, e para os governos federal e estadual, ao cumprirem o compromisso de desenvolver a agricultura respaldados na defesa agropecuária”.
Treinamento - O diretor de Defesa Sanitária Vegetal esclarece que esta é uma atividade normalmente atribuída ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas pode ser delegada à Adab. De acordo a Instrução Normativa nº 05, a empresa exportadora - a Bello Fruit - deverá garantir a identidade, a rastreabilidade e a conformidade fitossanitária dos frutos oriundos da aplicação das medidas integradas baseadas no princípio dos Systems Approach.
Para isso, o Mapa, por meio da Superintendência Federal na Bahia (SFA/BA), realizou treinamento técnico com fiscais das coordenadorias regionais da Adab, em Teixeira de Freitas, Itabuna, Vitória da Conquista e Salvador, em abril deste ano. O treinamento foi ministrado pelo fiscal federal Joel Lourenço Scabelo e pelo responsável técnico da empresa, Rodrigo Viana.
Os fiscais da Adab visitaram o Projeto Capitão, no município de Pedro Canário, no Espírito Santo, a cerca de 20 quilômetros da empresa processadora de frutas, onde inspecionaram os pomares monitorados de papaia, observando o trabalho de retirada dos frutos maduros, a distribuição das armadilhas, a leitura das armadilhas e o controle das viroses do mamoeiro.
A coordenadora do Projeto Estadual do Controle da Mosca-das-Frutas da Adab, Rita de Cássia de Oliveira, conta que na empresa processadora, localizada no município de Mucuri, eles acompanharam a chegada dos frutos da área produtora e visitaram as áreas de seleção e inspeção, incluindo o tratamento em água quente, embalagem e refrigeração dos frutos tratados, além da plataforma de embarque.
De acordo com a superintendente federal da Agricultura na Bahia, Virgínia Hagge, a exportação de frutas baianas não representa apenas a consolidação da qualidade do produto baiano, mas o rompimento de barreiras comerciais e abertura de mercados. “A boa qualidade das frutas e ausência de pragas são as principais exigências dos mercados importadores. Por isso vamos continuar dando todo apoio para as exportações, sempre garantindo a sanidade dos produtos e subprodutos de origem agropecuária”.